segunda-feira, 30 de março de 2009

Há momentos inesquecíveis...


Daqueles que ficam para sempre na nossa memória e o tempo não consegue apagar. Paralisados num instante de perfeição, como uma fotografia a preto e branco, tirada numa tarde de Verão.

Ficou em mim o cheiro da tua pele, o toque dos nossos corpos, a tua a voz a sussurrar ao meu ouvido, o nosso olhar provocador e cúmplice, escondendo desejos insondáveis, as palavras trocadas, os corações acelerados, o respirar ofegante, o mais profundo cansaço, as gargalhadas, as promessas, enfim, tu e eu. Nós.

E no final do dia, posso apelar à razão e pensar logicamente, concluindo no sentido a que as premissas me levam. E como excelente argumentadora que sou, posso enumerar uma série de razões que me convençam a ignorar também os sete sentidos.

Afinal, ninguém precisa de saber que é isto que guardo cá dentro. É o nosso segredo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Do not think. Do not think. Do not think.


Sou uma pensadora. Gosto de passar horas a reflectir sobre mil e uma coisas, desde questões de importância universal até às que não interessam nem a uma mosca. E é aqui que reside o meu maior problema e a fonte de toda a minha infelicidade. Porque tenho perfeita noção de que seria uma pessoa muito mais feliz se pura e simplesmente pudesse ligar e desligar o botãozinho que comanda o mecanismo pensante do meu cérebro. E não posso.

Por isso, ao longo dos anos desenvolvi uma brilhante técnica que utilizo quando não quero pensar e que consiste em ludibriar-me com manobras evasivas, como por exemplo trabalhar horas e horas seguidas, durante todo o dia e toda a noite, tentando convencer-me a mim mesma de que estou ocupadíssima e sem tempo para usar aquela função cerebral específica.

Foi o que fiz durante toda esta semana, tendo plena noção de que quando ela acabar vou ter que render-me ao espaço vazio e pensar naquilo que não quero. Naquilo que não posso. Naquilo que me vai consumir nos próximos dias. Naquilo que me vai tirar o sono.

Decididamente, preciso de um plano de actividades para o fim de semana. Urgente, porque amanhã já é sexta.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Marley & Me



Acabei de chegar do cinema. E posso assegurar-vos que passei os últimos vinte minutos do filme a chorar compulsivamente. Nos últimos cinco, antevendo que em breve iriam acender as luzes e não querendo eu parecer a maior idiota da sala de cinema, concentrei-me arduamente na tarefa mental de conter todas as restantes lágrimas, de tal forma que ainda me doem os olhos.

Supostamente, era uma comédia.

terça-feira, 24 de março de 2009

E depois de muito resistir...


...a Marie apanhou-me com este desafio. Não sou muito dada aos ditos, já devem ter reparado. Mas a Marie é uma querida e desta vez não tenho coragem de lhe fazer a desfeita, embora, para não fugir ao que já é hábito meu, vá desvirtuar um bocadinho as regras do jogo e abster-me de o passar a outros blogs.

Parece que tenho de revelar sete truques de beleza aos meus queridos leitores. Ora, isto é de facto um desafio giro na medida em que não tenho truques nenhuns para ser a miúda gira que sou. Basicamente, os comportamentos que eventualmente poderão contribuir para a manutenção da minha beleza natural são os seguintes (convencida, eu? Nãaaaaaao...impressão toda vossa):

1.º - Não uso maquilhagem nenhuma no meu dia-a-dia, a não ser um bom creme hidratante cuja marca varia porque eu gosto de ir experimentando cremes diferentes;

2.º - Protector solar da Clinique, faça chuva ou faça sol (vá, Marie, arranja lá um pequeno patrocínio também para mim!);

3.º - Gloss ou hidratante de lábios dos mais variados sabores e marcas (desde morango, kiwi, baunilha, frutos silvestres, da Body Shop ou Ágatha Ruiz de la Prada, tenho uma colecção infindável, é o meu maior vício)

4.º - Como pouco e a horas certas. Não é sacrifício nem mania das magrezas, sou mesmo assim, desde sempre.

5.º - Pratico natação desde os cinco anos. Às vezes baldo-me, confesso, principalmente no Inverno. Mas faz-me bem ao corpo e à alma.

6.º - Vou à esteticista uma vez por mês. Não tenho outro remédio, visto que sou uma Branca de Neve verdadeira, com direito a pele branca e cabelo negríssimo.

7.º - Hummmm....tomo banho regularmente? Lavo os dentes três vezes ao dia? Será que serve?

Et voilá, é mesmo tudo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Against all odds...


...fui ver este filmezinho. Só porque não era a minha vez de escolher o filme e porque me garantiram que era tão -mas - tão bom que nem eu, criatura adversa a qualquer filme de super heróis, iria ficar indiferente. E não fiquei, de facto. O filme é - como não podia deixar de ser - violento. Mas...genialmente violento. Marca-nos pelo argumento, pelas imagens fortes, pelos sons perfeita e meticulosamente adaptados a cada cena.

Quando subitamente ouvi os primeiros acordes desta música de Simon & Garfunkel, paralisei num momento de perfeição cinematográfica. Vejam. Ouçam. Sintam. Depois venham cá dizer se eu tenho ou não tenho razão.

Hello darkness, my old friend,
Ive come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of
A neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one deared
Disturb the sound of silence.

Fools said i, you do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you.
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon
God they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the signs said, the words of the prophets
Are written on the subway walls
And tenement halls.
And whisperd in the sounds of silence.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Há coisas fantásticas, não há?



Odeio acordar cedo e quem me vê durante a primeira hora a seguir ao momento em que toca o despertador, é capaz de se deparar com uma espécie de bruxinha má, montada na vassoura, com cabelos negros espetados e cara de quem viu o demónio ali ao lado. Sou capaz de jurar que até me nasce uma verruga passageira e tudo, daquelas bem feias e assustadoras. Ahhhh...e que ninguém ouse dirigir-me a palavra, não é seguramente uma boa ideia!

Mas hoje, antecipando instintivamente um dia de coisas boas, saltei da cama energeticamente e sorri para mim mesma. De seguida, cruzo-me com a minha gata no corredor que pára e olha para mim, com o rabo no ar (que é o mesmo que uma antena sintonizadora de frequências estranhas), cara de quem nunca me viu antes, como que a pensar:

- Ehhhh lá, porque é que hoje não estás com as trombas do costume? Que bicho te mordeu?

Muito perspicaz a minha Anastasia, não acham?

domingo, 15 de março de 2009

E como, apesar do sol dos últimos dias...


...continuo a parecer a Branca de Neve, ou a Heidi (sem as bochechas rosadas), achei que não era tarde nem era cedo para me presentear com um bilhetinho de avião para aqui:



Gosto destes meus momentos de súbita impulsividade. Gosto mesmo.

PS - A quem conhece, pedem-se sugestões!

sexta-feira, 13 de março de 2009

quinta-feira, 12 de março de 2009

Infantilidades


O meu coraçãozinho até é forte. Pelo menos é o que me têm garantido o cardiologista e os electrocardiogramas que faço regularmente. Mas é difícil evitar palpitações mais fortes quando, ao longo de uma conversa no msn, entre gargalhadas, saudades e conversas que só nós sabemos ter, surge uma coisa assim:



Acompanhada de um desenho assim:




O que me leva à seguinte conclusão: o que tem de ser, tem muita força.

(Nota: Esqueci-me de dizer que também me leva à conclusão de que estou com o síndrome de Peter Pan em fase aguda. Estas infantilidades derretem-me...que se há-de fazer? Não há-de ser nada...)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sem título

Deveria estar convencida de que tomei a decisão acertada. E, no entanto, sinto que a melhor decisão teria sido a de estar quietinha, sem decidir absolutamente nada. Porque neste momento, o que me apetecia era voltar atrás no tempo e deixá-lo imóvel. À espera de um qualquer milagre. O que temo já não ser possível uma vez que me antecipei à mão divina.

Sendo assim, e como não sou pessoa para viver em estado de depressão mais de dois ou três diazinhos seguidos, vou render-me aos prazeres da vida, estendendo-me no sofá com a minha gata no colo e ver as séries que a Fox Life hoje tem para me oferecer.

De maneiras que é isto.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Aviso


Por estes lados, o mundo desabou. Perdeu-se o apetite, vertem-se lágrimas compulsivamente, o brilho do sol não surte qualquer efeito, a alma está desfeita em mil pedaços.

Por isso, vimos por este meio alertar os nossos fiéis leitores que nos próximos dias (ou meses, ainda não se sabe...), a leitura deste blog não será aconselhável àqueles com uma sensibilidade acima do normal.

Desde já, pedimos as nossas desculpas.

sábado, 7 de março de 2009

Momento


Sou uma pessoa complicada. Pois sou. Insatisfeita por natureza e com propensão à criação de dramas pessoais quando, na verdade, tenho tudo para poder considerar a minha vida quase perfeita.

Para agravar este estado de coisas, ainda tenho tendência para racionalizar constante e minunciosamente cada aspecto da minha existência (mas nisso, vocês já devem ter reparado). O que também não ajuda nada.

E, no seguimento do que escrevi no post anterior, a consciência de que ando há quatro anos, três meses e alguns dias a adiar a resolução de um problema que já há muito deveria ter sido resolvido, tive o empurrãozinho que precisava para avançar em frente e fazer a escolha óbvia.

Porque, como alguém escreveu aqui, a vida é feita de escolhas. E eu fiz a minha. Muito embora tenha noção de que fosse qual fosse o caminho que escolhesse, iria sempre magoar alguém e iria sair sempre magoada.

Quem disse que a vida era fácil?

quinta-feira, 5 de março de 2009

And So The Story Goes...


Por breves instantes (foram quase umas vinte e quatro horas horas...) cheguei a pensar que o Universo tinha resolvido o problema que eu ando para tentar enfrentar há quatro anos. Durante esses mesmos instantes, hesitei entre saltar de contentamento ou chorar de tristeza.

Afinal está tudo na mesma, já não preciso de decidir entre a gargalhada ou a cabeça na parede.

Claro que continuo a precisar de decidir outras coisas. Mas isso são pormenores.

terça-feira, 3 de março de 2009

To Be Or Not To be...


Eis a questão. E é séria, juro. Afinal, somos quem o nosso ser pensante se esforça para ser ou antes uma luta constante entre este e o nosso instinto?

Falo de mim mesma. E a questão perturba-me a alma porque aos trinta anos de idade constato que sei menos sobre mim e sobre o mundo do que sabia aos vinte. Ou, antes, tenho menos certezas. Perdi-as algures...

Aos vinte tinha clara noção do que era certo e do que era errado. Do que devia fazer e do que não devia. Do branco e do preto. Qualquer linha de fronteira era nítida e eu sabia sempre o tempo e o lugar para a sua travessia. Tinha convicções fortes, certezas quase absolutas. Sabia que ia estudar muito e ser uma advogada de sucesso, milionária pois claro. Que ia encontrar o homem da minha vida e viver feliz para sempre. Que nunca iria perder contacto com nenhum dos meus amigos. Que a minha mana estaria sempre por perto pois seríamos sempre superiores a qualquer adversidade. Que teria sempre uma boa relação com os meus ex-namorados...

Hoje, absolutas, só as dúvidas. Dou por mim a ultrapassar fronteiras que sempre dei como intransponíveis, desorientada, sem saber se devo avançar ou voltar para trás. Dou por mim a cometer erros que jamais ousei cometer. A perder a noção dos conceitos, naufragando na liberdade que me faltava aos vinte.

E pergunto-me se algum dia voltarei a ser aquela miúda...sempre de bússula em punho. Tenho saudades dela.