terça-feira, 3 de março de 2009

To Be Or Not To be...


Eis a questão. E é séria, juro. Afinal, somos quem o nosso ser pensante se esforça para ser ou antes uma luta constante entre este e o nosso instinto?

Falo de mim mesma. E a questão perturba-me a alma porque aos trinta anos de idade constato que sei menos sobre mim e sobre o mundo do que sabia aos vinte. Ou, antes, tenho menos certezas. Perdi-as algures...

Aos vinte tinha clara noção do que era certo e do que era errado. Do que devia fazer e do que não devia. Do branco e do preto. Qualquer linha de fronteira era nítida e eu sabia sempre o tempo e o lugar para a sua travessia. Tinha convicções fortes, certezas quase absolutas. Sabia que ia estudar muito e ser uma advogada de sucesso, milionária pois claro. Que ia encontrar o homem da minha vida e viver feliz para sempre. Que nunca iria perder contacto com nenhum dos meus amigos. Que a minha mana estaria sempre por perto pois seríamos sempre superiores a qualquer adversidade. Que teria sempre uma boa relação com os meus ex-namorados...

Hoje, absolutas, só as dúvidas. Dou por mim a ultrapassar fronteiras que sempre dei como intransponíveis, desorientada, sem saber se devo avançar ou voltar para trás. Dou por mim a cometer erros que jamais ousei cometer. A perder a noção dos conceitos, naufragando na liberdade que me faltava aos vinte.

E pergunto-me se algum dia voltarei a ser aquela miúda...sempre de bússula em punho. Tenho saudades dela.

8 comentários:

  1. "Dou por mim a cometer erros que jamais ousei cometer. A perder a noção dos conceitos, naufragando na liberdade que me faltava aos vinte."

    Como eu te entendo e me revejo nestas palavras... quando me sinto assim, penso sempre que é preciso aceitar, depois parar e perceber qual a lição a retirar. E depois seguir em frente, porque a vida não espera.

    Um beijinho.

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  2. A maturidade vale pelas dúvidas que se sentem. E é nelas que a maturidade reside. Certezas? Para quê? A certeza tira a espontaneidade de tudo, para mim...

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  3. também já tive mais certezas do que as que tenho agora. também já pensei que gostava de voltar a ser a miúda que era há uns anos.

    mas agora acho que não.

    **

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  4. Eu sei muito bem o que quero, por agora. O pior é conseguir te-lo...

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  5. Estava mesmo agora a começar a escrever este comentário e recebo o teu que me deixa derretida!
    Por isso começo por aí: obrigada por me fazeres rir e outras vezes sorrir, não só com os teus posts, como com os teus comentários!

    E agora o que eu ia a dizer:
    Pois, é..a vida não é a preto e branco. É tudo cinzento.
    E as certezas da juventude, que parecem tão irrebatíveis, depressa se esbatem. Mas atenção quer ver que as coisas não são exactas, é sinal de maturidade, sabedoria. Custa é mais porque temos de enfrentar a vida como ela realmente é e não como gostaríamos de a pintar.

    ;)

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  6. Eu acho que esse é o encanto dos 30. Aos 30 arrisca-se mais. A segurança que esta idade nos dá, permite-nos fazer coisas que não nos parecia bem fazê-las aos 20. Aos 30 estamos por tudo!!!
    ;)
    Bj

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  7. Á media que se vai crescendo e evoluindo mais desafios nos são colocados.

    Desafios que levam muitas vezes a muitas incertezas, logo é normal mesmo mto normal que aos trisnta se tenha mais duvidas do que aos 20.
    E quando chegares aos 40 ainda virás a ter mais. :-)

    Cheguei aqui através de várias meninas que tens linkadas e gostei do teu cantito, regressarei.

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  8. E assim se cresce, levando das experiências a certeza de que para continuar, necessárias se tornam as dúvidas que por breves instantes nos desarrumam para que, após peneiradas e solvidas, mais sólidas sejam as certezas e integridade individual. Quem não dúvida nunca preencherá os espaços do eu por completar… :_)

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