Desde pequenina que me corre no sangue um espírito contestatário. Informações e factos dados de bandeja nunca satisfizeram a minha curiosidade inata de perceber o sentido das coisas. Lembro-me, por exemplo, de vir da catequese para casa com a obrigação de decorar uma Avé Maria ou um Pai Nosso para a sessão seguinte e de perguntar à minha mãe cada palavra ou frase que não entendesse. No fim da detalhada explicação, geralmente dizia-lhe que aquilo não tinha grande lógica. Já sem paciência, a minha mãe lá me dizia que com lógica ou sem ela eu ia ter de decorar aquilo.
Obviamente, poucos anos mais tarde e muita argumentação despendida, lá acabei por convencer os meus progenitores que andar na catequese não era para crianças como eu.
Ao longo da minha vida fui desenvolvendo esta característica da contestação de verdades supostamente universais. Aquelas que nos dão e que devemos aceitar sem perguntar como ou porquê. Característica que eu não escolhi, sublinhe-se, e às vezes me irrita profundamente. Porque nunca acredito naquilo que não percebo, naquilo que não vejo, ou naquilo que não faz sentido no meu cérebro. Mas admito que em determinadas situações da vida, dava-me jeito ter um bocadinho de fé.
Chegada aos trinta (so far, the best days of my life), ainda me surpreendo por constatar que grande parte das pessoas desta sociedade (muitas delas da minha geração!) aceitam inquestionavelmente a fórmula universal da felicidade.Que é como quem diz, encontrar o príncipe encantado, casar com ele, ter um rebanho de filhos e viver feliz para sempre até que a morte os separe.
Como tal, geralmente franzem o sobrolho ao modo de vida que eu escolhi. O facto de eu ter uma relação com uma pessoa há quase dez anos e não ter dado o passo óbvio (mas afinal o casamento é para quando?). O facto de, para além de não ter dado o passo óbvio, também ainda não me ter decidido a ter filhos (com 31 anos? Jesus, credo! Estás à espera de quê? Dos quarenta?). O facto de viajar imenso, de ir ao cinema constantemente, passar o tempo livre dos fins de semana com amigos, dormir como uma ursa sempre que posso e tenho oportunidade, passar dias inteiros na praia, ler como se não houvesse amanhã, começar a trabalhar às 10:00 e sair às 20:00 horas.
Dizem que tenho uma vida despreocupada porque não tenho responsabilidades. E por responsabilidades, entenda-se: não sou casada e mãe de filhos (esta brilhante conclusão tira-me do sério, juro!!!)
Quem me conhece bem já desistiu de perguntar quando me vou casar. Provavelmente já percebeu que não vou, logo a pergunta é inútil. Quem me conhece bem também sabe que eu sou uma pessoa que não acredita em fórmulas universais e, portanto, não me rejo por elas. Quem me conhece bem sabe que eu vivo na minha especificidade e pouco me importo com fórmulas sociais. Que me conhece bem sabe que eu sou feliz e não me pede para ser diferente pois tive a sorte de descobrir, precocemente, que ser feliz depende quase exclusivamente de mim.
Há quem a encontre dedicando a sua vida ao trabalho. Há quem seja feliz a viajar, sem estabelecer qualquer tipo de estabilidade: espacial, financeira ou relacional. Essas pessoas, encontram a felicidade no inconstante da vida, na capacidade que ela tem de os surpreender diariamente. Vivem cada dia com intensidade, como se não houvesse amanhã. Pelo contrário, há quem seja feliz na estabilidade suprema. Sem sair do lugar em que nasceu, sem conhecer um mundo inteiro que existe à sua volta e as pessoas que fazem parte dele. E também há quem encontre a felicidade no companheiro que escolheu para a vida toda, casando, tendo filhos e vivendo em função da vida familiar.
Não critico nenhuma destas opções ou outras quaisquer. Nãs as considero maiores ou menores. São opções de vida diferentes da minha.
Por isso, era bom que deixassem de me chatear com este assunto. Mas...ainda que não deixem, eu vou continuar a ser feliz na mesma!
Obviamente, poucos anos mais tarde e muita argumentação despendida, lá acabei por convencer os meus progenitores que andar na catequese não era para crianças como eu.
Ao longo da minha vida fui desenvolvendo esta característica da contestação de verdades supostamente universais. Aquelas que nos dão e que devemos aceitar sem perguntar como ou porquê. Característica que eu não escolhi, sublinhe-se, e às vezes me irrita profundamente. Porque nunca acredito naquilo que não percebo, naquilo que não vejo, ou naquilo que não faz sentido no meu cérebro. Mas admito que em determinadas situações da vida, dava-me jeito ter um bocadinho de fé.
Chegada aos trinta (so far, the best days of my life), ainda me surpreendo por constatar que grande parte das pessoas desta sociedade (muitas delas da minha geração!) aceitam inquestionavelmente a fórmula universal da felicidade.Que é como quem diz, encontrar o príncipe encantado, casar com ele, ter um rebanho de filhos e viver feliz para sempre até que a morte os separe.
Como tal, geralmente franzem o sobrolho ao modo de vida que eu escolhi. O facto de eu ter uma relação com uma pessoa há quase dez anos e não ter dado o passo óbvio (mas afinal o casamento é para quando?). O facto de, para além de não ter dado o passo óbvio, também ainda não me ter decidido a ter filhos (com 31 anos? Jesus, credo! Estás à espera de quê? Dos quarenta?). O facto de viajar imenso, de ir ao cinema constantemente, passar o tempo livre dos fins de semana com amigos, dormir como uma ursa sempre que posso e tenho oportunidade, passar dias inteiros na praia, ler como se não houvesse amanhã, começar a trabalhar às 10:00 e sair às 20:00 horas.
Dizem que tenho uma vida despreocupada porque não tenho responsabilidades. E por responsabilidades, entenda-se: não sou casada e mãe de filhos (esta brilhante conclusão tira-me do sério, juro!!!)
Quem me conhece bem já desistiu de perguntar quando me vou casar. Provavelmente já percebeu que não vou, logo a pergunta é inútil. Quem me conhece bem também sabe que eu sou uma pessoa que não acredita em fórmulas universais e, portanto, não me rejo por elas. Quem me conhece bem sabe que eu vivo na minha especificidade e pouco me importo com fórmulas sociais. Que me conhece bem sabe que eu sou feliz e não me pede para ser diferente pois tive a sorte de descobrir, precocemente, que ser feliz depende quase exclusivamente de mim.
Há quem a encontre dedicando a sua vida ao trabalho. Há quem seja feliz a viajar, sem estabelecer qualquer tipo de estabilidade: espacial, financeira ou relacional. Essas pessoas, encontram a felicidade no inconstante da vida, na capacidade que ela tem de os surpreender diariamente. Vivem cada dia com intensidade, como se não houvesse amanhã. Pelo contrário, há quem seja feliz na estabilidade suprema. Sem sair do lugar em que nasceu, sem conhecer um mundo inteiro que existe à sua volta e as pessoas que fazem parte dele. E também há quem encontre a felicidade no companheiro que escolheu para a vida toda, casando, tendo filhos e vivendo em função da vida familiar.
Não critico nenhuma destas opções ou outras quaisquer. Nãs as considero maiores ou menores. São opções de vida diferentes da minha.
Por isso, era bom que deixassem de me chatear com este assunto. Mas...ainda que não deixem, eu vou continuar a ser feliz na mesma!
Ninguem tem nada a ver com a forma como decidimos viver.
ResponderEliminarQuerida, com o novo background... muda o modelo do blogue para Minima white. Para que tudo encaixe direitinho. :)
S*, obrigada pela dica. Já é a segunda, by the way. Isto era apenas uma experiência que ficou por terminar porque ontem já eram quatro da manhã e não havia paciência para mais. Hoje continuo o trabalho de remodelação cá do burgo.
ResponderEliminarBeijinhooooooo!
esse so called "modelos de sociedade", do temos de casar, temos de ter filhos, temos de assentar e virar sedentários na nossa vidinha social... enfim. não concordo.
ResponderEliminarpodemos assentar na nossa vidinha de horários incertos, de escolhas menos convencionais (de acordo com o que as outras pessoas acham, claro).
e podemos estar bem assim :)
e se estás bem, não tens que mudar. u go girl!
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gosto da nova imagem ;)