quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não há coincidências...?


A Margarida Rebelo Pinto diz que não há coincidências. Eu nunca concordei com as teorias da senhora (e tabém nunca gostei dos livros dela, verdade seja dita). Mas sempre achei que elas - as coincidências - aconteciam de longe a longe, com uma grande dose de improbabilidade em cima. Esta semana, o universo provou-me o contrário.

Segunda-Feira:Descansada da vida, descia no elevador que dá acesso à garagem comum do meu novo apartamento quando dou de caras com um amigo que já não via há vários anos (amigo esse com o qual até troquei doses significativas de saliva nos tempos da faculdade mas isso não interessa). Sendo o nosso conhecimento dos tempos e lugares de Coimbra e nunca mais o tendo visto desde que regressei ao norte, a pergunta foi automática e saiu em uníssono:

- O que estás aqui a fazer?

Ele: Eu moro aqui, no B. 2.8...vim trabalhar para cá em Agosto, e tu?
Eu: Eu ainda não moro...mas mudo-me no próximo mês para o B. 2.3. Eu sou de cá, remember?
Ele: Sim, I remember. Quando fazemos o primeiro jantar de convívio entre vizinhos?

(e eu que sempre gostei de viver no anonimato...)

Quarta-feira: estava dentro do carro, mal estacionada, à espera que a minha mãe acabasse de levantar dinheiro numa caixa MB quando um outro carro passa do meu lado esquerdo e toca levemente no meu espelho lateral. Nada de especial, até me pareceu que era uma simples transferência de tinta que saía facilmente. Mas o condutor saiu imediatamente do carro e com um sotaque espanhol insistiu que eu deveria ir à Wolkswagen reparar o minúsculo dano. A cara do senhor não me era estranha...e a curiosidade foi mais forte:

Eu: a sua cara não me é estranha mas não sei de onde o conheço...
Ele: De facto, também estava a pensar no mesmo...

Acabou por me entregar o cartão pessoal, para que lhe ligasse no dia seguinte a dizer o que tinha decidido quanto ao carro. Li o nome e a profissão. Era médico. Fiquei verde (ou azul, ou vermelha, ou de todas as cores).O mesmo que estava neste momento a fazer a especialidade de obstetrícia com a minha ginecologista. O mesmo que assistiu à minha última consulta e até participou na realização do Papanicolau.

Liguei-lhe hoje, só para dizer que se confirmava a transferência de tinta e que não existia qualquer risco. Respondeu,alegremente, dizendo que ficava aliviado. E acrescentou: - Sabe onde trabalho, não é? E agora também já tem o meu número de telemóvel, por isso, por isso sempre que precisar de alguma coisa, é só ligar.

(Até podia ser o otorrinolaringologista. Ou o médico de família. Mas não...tinha mesmo que ser o ginecologista?)

2 comentários:

  1. LOL

    é preciso ter muito azar, realmente...

    (até em premonições acredito, qt mais em coincidências)

    *

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  2. Ahahaha...tudo o que vier a seguir já são peanuts!
    Obrigada pela visita!

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